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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Georg Trakl

Crepúsculo do Inverno
Zeus escuros de metal
Nas vermelhas revoadas
passam gralhas esfaimadas
sobre um parque fantasmal

Rompe um raio glacial
ante pragas infernais
giram gralhas vesperais;
sete pousam no total.
Na carniça desigual,
bicos ceifam em segredo.
Casa mudas metem medo;
brilha a sala teatral.
Ponte, igrejas, hospital
hórridos na luz exangue.
Linhos grávidos de sangue
 incham velas no canal.






















Vento Quente

 amento cego no vento, dias lunares de inverno,
Infância, os passos se perdem discretos em negra sebe,
Longo toque noturno.
Discreta vem a noite branca,
Transforma em sonhos purpúreos tormento e dor
Da vida pedregosa,
Para que nunca o espinho deixe o corpo em decomposição.
Profunda em sono suspira a alma angustiada,
Profundo o vento em árvores destruídas,
E a figura de lamento da mãe
Vagueia pela floresta solitária
Desse luto silente; noites
Repletas de lágrimas, de anjos de fogo.
Prateado, espatifa-se contra a parede nua um esqueleto de criança.

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